quinta-feira, agosto 17, 2006

Origens e Causas do Crescimento da Reboleira


Freguesia de Reboleira

Situada bem no centro do concelho, a freguesia de Reboleira ocupa uma área de 73,5 hectares. A Reboleira, tal como a conhecemos hoje, nasceu com a expansão urbana da década de 60 em que se planeou a construção de uma “cidade jardim” para 8.500 habitantes, mas alterações sucessivas ao plano inicial originariam um parque habitacional constituído por cerca de 7.500 fogos, onde se alojam 17.675 habitantes, de acordo com os números do recenseamento de 1991 e 15 543 com os Censos de 2001 .
Não obstante esse crescimento ter excedido, em muito, as expectativas iniciais, o espírito de “cidade jardim” nunca foi posto de lado. A freguesia dispõe, assim, do Parque Urbano Dr. Armando Romão e de diversos espaços verdes e de lazer, que totalizam uma área superior a 50.000 metros quadrados. A sua economia gira, essencialmente, em torno do sector terciário. Dispõe de quase 300 estabelecimentos de ramos diversos, sendo de salientar a existência de balcões de 10 instituições bancárias. Em termos de serviços públicos, destaquem-se: Centro de Saúde, Repartição de Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública. Ao nível do Ensino contam-se três escolas do ensino básico, uma do 2.º ciclo e uma do 2.º e 3.º ciclos. Há ainda uma creche municipal e vários estabelecimentos de ensino privados.
A etimologia do topónimo Reboleira parece estar ligada ao apelido de um tal Vasco Martins Rebolo, nobre cavaleiro da Ordem de Santiago, Fidalgo da Casa Real e Alvazil (vereador) da Câmara de Lisboa que terá sido proprietário do Casal da Falagueira. Antes da entrega destas propriedades à Ordem da Trindade, ainda o nome de Reboleira era desconhecido. O topónimo vai aparecer pela primeira vez, em 1391, num documento de emprazamento que os religiosos do convento fizeram a Estevão Domingues morador na “Reboleyra” e a sua mulher Madalena Domingues. O mesmo termo, grafado de igual maneira, volta a parecer num outro emprazamento efectuado em 1467.
Rebolo, segundo alguns genealogistas, é apelido que “parece tomado de algum sítio se não foi alcunha que se pôs ao primeiro em razão de ser grosso de corpo e baixo”. Vilas Boas refere “que neste reino há muitos sítios chamados Rebolos principalmente nas entradas de muitas terras onde os moradores fazem jogo de bola e que de algum destes se tomaria o apelido”.
Nos seus “Subsídios para a História da Amadora”, António dos Santos Coelho dá--nos uma visão de uma Reboleira de outros tempos que nada terá de parecido com a actual. Recue-se então àquela época em que a “Reboleira era um lugarejo de poucos fogos, tendo havido ali, em tempos duas azenhas. Em épocas mais recentes ali se instalaram duas fábricas metalúrgicas. Em tempos muito recuados, quando era permitida em Portugal a entrada de bestiários, era ali que se acoitavam em seus carros puxados a cavalos esses exibidores de ursos e macacos”. Noutra zona, “não saindo da mesma estrada nacional, quase ao centro da Porcalhota, fica, à esquerda, o caminho ou travessa da Reboleira. Seguindo por esse caminho encontrava-se aí a uma centena de metros um alto com um moinho, que hoje serve da habitação e que dantes se chamava moinho Lagueiro. Pois é na encosta desse monte, para o lado sul, que fica a Reboleira”.
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